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Spaghetti alla Puttanesca

A referência impressa mais antiga que se conhece a este  prato é na novela de Raffaele La Capria: “Ferito a Morte“, de 1961, que se refere ao “spaghetti alla puttanesca come li fanno a Siracusa“.Na verdade, ninguém sabe ao certo como este nome tão peculiar como provocatório surgiu, sendo geralmente aceite a lenda recente que atribui a invenção a uma tal Yvette la Francese, prostituta e depois dona de bordel, em Siracusa, nos anos 40-50 do sec.XX.Esta seria uma receita feita com os recursos que havia no bordel, para alimentar clientes mais demorados e esfomeados.Ultimamente, apareceu uma nova versão sobre a sua origem, como tendo sido criada pelo arquiteto e cozinheiro amador Sandro Petti nos anos 50, em Ischia. Segundo o  próprio Sandro, uma noite, apareceu-lhe um grupo de amigos famintos mas era impossível preparar qualquer coisa, pois não tinha a despensa abastecida. O grupo insistiu e pediu a Petti para fazer uma “puttanata qualsiasi”. Qualsiasi significa qualquer… Então, Petti improvisou um esparguete com um molho à base do que restava na despensa: uma latinha de anchovas, quatro tomatinhos, azeitonas pretas e algumas alcaparras. O grupo adorou. Depois, porque “puttanata” era mesmo cru demais, passou-se para “puttanesca” um nome com o mesmo significado mas algo mais suave.Fosse qual fosse a sua origem, (pessoalmente, aposto mais na Yvette do bordel, já que não me parece verosímil que alguém que se diz cozinheiro amador só tenha aquilo em casa…), o certo é que o molho à  Putanesca ganhou fama e galgou fronteiras e hoje faz-se “putanesca” de qualquer coisa e com qualquer massa.Uma bela putanesca clássica, a usar a obrigatória anchova e, como aqui se destinava a refeição e não a entrada, a incluir também, como proteína inteira, a magnífica ventresca* de atum,

uma conserva*** que dia a dia vai conquistando admiradores, mesmo entre os que não gostam de atum.

Ingredientes:
✅1 lata pequena de anchovas✅2 latas de ventresca✅*Esparguete para 24 tomates✅2 dentes de alho✅1 malagueta**✅1 copo de azeitonas descaroçadas✅½ copo de alcaparras


Preparação:
Coza o esparguete a gosto, escorra e reserve quente.Aloure no azeite da ventresca e óleo da anchova os dentes de alho cortados fino. Quando começarem a alourar, junte as anchovas  e a malagueta e conforme vão fritando vá desfazendo o peixe com um garfo, o que é muito fácil.Junte os tomates cortados em cubos pequenos (se quiser a putanesca muito tomatada ajude com um pouco de polpa) e deixe cozinhar por alguns minutos. Mesmo antes de acabar, junte as azeitonas, as alcaparras e a ventresca cortada.

Misture bem, ao lume, e sirva sobre a massa.

Notas:* Usei ventresca da Santa Catarina, Ilha de S.Jorge. Pode também usar-se atum ou, no caso da putanesca ser entrada ou petisco, omitir este complemento e fazer só com o sabor da anchova.** A putanesca é um prato tradicionalmente bastante “puxado” em termos de picante, usando-se os terríveis “Peperoncillos” para ficar bem agressiva. Por mim, que não gosto de heroísmos que me dêem cabo do palato e da possibilidade de continuar a saborear, optei por uma dose bem mais reduzida de picante, tendo mesmo rejeitado as sementes da malagueta que usei.*** A fábrica de conservas Santa Catarina, na Ilha de S.Jorge, é uma das boas notícias que vamos tendo: depois de ter sido notícia há uns anos atrás pelos piores motivos no que respeita a políticas selvagens de pesca de tunídeos africanos, soube dar a volta e ser hoje um exemplo a seguir por todos aqueles que respeitam o ambiente, tendo sido distinguida pela organização ambientalista global Greenpeace como praticando a pesca do atum pelo sistema de “salto e vara”, o mais sustentável do mundo. Parabéns à Santa Catarina!

Fonte: https://outrascomidas.blogspot.com

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